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VOTO DEMAIS, NÃO EMPANZINA

 

                                                                                 (*) Hipólito Cruz

 O “filósofo” Antônio Fernandes, servidor do setor de tributos do município de Chapadinha, conhecido pelo epíteto de Picolé, gosta de fazer análises sobre a conjuntura política local. É de sua autoria a frase que dá título a este artigo, “Voto demais, não empanzina”. No vernáculo interiorano, empanzinar,  significa saciar-se demasiadamente com alguma comida.

Fui pensar sobre a frase de Picolé e cheguei à conclusão de que um voto para qualquer um que busque um mandato eletivo,  é um artigo de primeira necessidade, sendo que toda eleição, seja para presidente da República ou vereador, é decidida por apenas um voto. O que passar é sobra.

A fim de fundamentar a minha assertiva motivado pela análise do amigo Picolé, lembrei de algumas situações em que mandatos foram perdidos por apenas um voto, ou no máximo três.

Lembro  que em outubro de 2002, eu acompanhava a apuração da eleição pelo rádio, e a disputa pela última vaga de deputado estadual da coligação Frente Trabalhista, composta pelos partidos PDT, PTB e PPS, estava muito acirrada entre os candidatos Wilson Carvalho e Antônio Bacelar, ambos do PDT. Ora um passava do outro, mas por pouca diferença. No final, Wilson Carvalho somou 24197 votos. Antônio Bacelar tirou 24194, amargando uma derrota por míseros três votos. Eu conhecia cinco eleitores de Antônio Bacelar que moravam em São José de Ribamar, mas votavam em Coelho Neto. A assessoria do candidato ficou de mandar as passagens, mas como as passagens nunca chegaram, os cinco eleitores apenas justificaram o voto.

Na eleição de 2016, na cidade de Dom Expedito Lopes, Sertão do Piauí, a candidata dona Ivete, esposa de meu amigo Agenor Dantas, perdeu a disputa para a prefeitura por apenas dois votos. Isso mesmo, dois votos. O vencedor foi o professor Walmir, que na primeira eleição que disputou para prefeito do município, não chegou a cem votos.

Por apenas três votos, o meu irmão e amigo Vieira Lima, deixou de assumir a vaga deixada pelo saudoso vereador Batista Matos na Câmara Municipal de São Luís. Batista exerceu o mandato por pouco mais de dois meses, pois morreu por complicações da covid-19, logo no início da atual legislatura.

Por último, narro o caso do meu amigo César Vieira, ex-vereador de São José de Ribamar, que na última eleição, empatou no número de votos  com a dona Marlene Monroe, ambos tiveram 981 votos. Como César é mais novo, perdeu a vaga para dona Marlene.

Para quem deseja ter vida longa na Política, conquistar, manter e ampliar  votos tem uma importância vital. Quanto mais votos, melhor, pois voto, ao contrário de comida, não empanzina.

 

 (*) Hipólito Cruz é contabilista, pedagogo, bacharel em teologia, geógrafo, pós-graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia e pós-graduando em Ciência Política.

 

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