Atualmente a capital do Estado do Maranhão vive um momento musical bastante inusitado, tudo por uma proliferação de artistas e bandas covers. O Estado que sempre foi conhecido por revelar grandes compositores figuras como César Teixeira, Josias Sobrinho, Sergio Habibe, Claudio Fontana, João do Vale, Papete, Zeca Baleiro, Antonio Vieira só pra citar alguns.
A problemática da atual cena musical da capital se deve em muito a uma falta crônica e constante de politicas artístico-culturais. A ausência de formação de público através de festivais regulares e palcos fixos em redutos turísticos da cidade. Aliado a isso uma nova geração de músicos que são colocados no meio sem nenhuma noção de estratégia de carreira musical. São jovens artistas nascidos após o surgimento da internet, a grande maioria sem nenhum tipo de agenciamento artístico-empresarial, algo que hoje é comumente visto em outros centros do país.
Durante anos seguidos São Luís foi conhecida estatisticamente como uma das capitais do país que mais abria bares e em curto espaço de tempo realizava o fechamento precoce dos mesmos. Nesse momento é visível o amadurecimento por parte dos donos desses espaços, percebe-se que esses empreendedores hoje investem em cursos de gestão e dessa forma conseguem reduzir a triste estatística dos fechamentos.
Por outro lado a classe artistico-musical que envolve bandas e cantores(as) da cena, estão perdidos girando em torno de si mesmos. São "artistas" que não possuem nenhum interesse por um trabalho autoral e quando o fazem são alcançados rapidamente pelos clichês predatórios daquilo que pior é produzido no cenário nacional. O que resta e assim é feito por ser um caminho mais seguro, é incorporar covers dos mais diversos, matando qualquer centelha de talento de cunho íntimo e individual. Essa cena sim em nossa capital hoje é bastante forte inclusive com muitos adeptos, relegando toda uma tradição de artistas e compositores a referência nunca revisitada, porém de um passado formidável. Nos últimos anos vimos a explosão da cena de Recife com o Mangue Beat, de Belém com o TecnoBrega, o Sertanejo Universitário que abrange alguns estados com uma invejável estratégia de consolidação e crescimento. São exemplos a serem estudados guardando as devidas proporções de nossa verdade cultural. A grande verdade é a que cena da Ilha hoje não passa de amadora e ponto final.
Da redação.
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