Muito antes do Supermercado Mateus, outro grupo de
supermercados deteve por anos a preferência do ramo de mercado e supermercados
em São Luís do Maranhão. Os Supermercados Lusitana durante anos foi sinônimo de
fazer compras em supermercado na capital, era muito comum as pessoas dizerem “vou
fazer Lusitana!”, ir comprar mantimentos e diversos outros gêneros alimentícios
tinha tudo a ver com o Lusitana para os ludovicenses, foi assim durantes muitos
anos.
Grupo Lusitana no Maranhão ganhou visibilidade e fama
através do empresário Manoel Alves Ferreira, natural de Oliveira de Azeméis
(distrito do Porto), em Portugal, sendo o precursor do modelo de supermercado
no comércio maranhense. Essa rede de supermercado surgiu em fins da década de
1950 quando seu Manoel adaptou a Mercearia Lusitana (na Rua Grande), do sogro,
Domingos da Silva Borges, num autoatendimento, após conhecer uma loja do gênero
nos Estados Unidos. Com o tempo essa rede se tornou uma das maiores redes
supermercadistas do Nordeste, com a instalação de 25 lojas, somente na capital.
No começo a empresa adotou práticas inovadoras como a entrega em domicílio dos
pedidos feitos por telefone ou no balcão. A ideia pioneira de Manoel Ferreira
vingou, levando a empresa a ampliar a sua clientela e a se destacar na economia
maranhense. Por muitos anos aqui em São Luís não existia outro supermercado de
grande porte para “bater de frente”. Dentre os mais importantes ganhou destaque
os situados na rua de Santana, Cajazeiras, Cohatrac, Deodoro, Alemanha, Av.
africanos, Cohama, Cohab, Av. Kenedy. A logomarca do supermercado, de acordo
com uma propaganda encontrada no Youtube era: “supermercado Lusitana onde é
gostoso comprar”.
Essa rede de supermercado deixou de existir em 2002 ao
vender as melhores lojas – São Francisco, rua de Santana, avenida Kennedy,
Mercado do Produtor (Deodoro), Alemanha, Olho d´Água, Cohama e Cohab-Anil –
para a rede Bompreço, à época pertencente ao grupo pernambucano Paes Mendonça e
que hoje é uma das bandeiras do Grupo Wal-Mart. A Lusitana além de ser uma
grande rede local, acabou virando sinônimo de supermercado, pois muitas pessoas
pegaram o habito de falar “Vamos fazer Lusitana”. A empresa construiu um sólido
patrimônio composto por 25 lojas. No ranking da Associação Brasileira de
Supermercados (Abras) ficou por vários anos entre as sete maiores da região e
era apontada como a 15ª em faturamento no país. Também ocupou rankings
importantes da Revista Exame e do Jornal Gazeta Mercantil, que a apontava entre
as 500 maiores empresas brasileiras.
As características empreendedoras de Manoel Ferreira o levaram a fundar a Associação Maranhense de Supermercados (Amasp), entidade de grande importância, tendo sido o seu primeiro presidente. Também no campo da política empresarial, foi presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL). O reconhecimento ao seu trabalho veio em forma de homenagem pela Associação Comercial do Maranhão (ACM) que lhe concedeu o primeiro diploma de Empresário do Ano, instituído pela entidade em 1987. O sonho de Manoel Ferreira era fazer da Lusitana uma marca no coração dos maranhenses e conseguiu. O último a fechar foi o Center Lusitana Material de Construções que deixou de funcionar em outubro de 2011, encerrando um ciclo de quase 80 anos de atuação do grupo no segmento de varejo. Seu Firmino de Oliveira Sousa, morador do Centro da cidade revela: “quem nunca comprou Creme dental Kolynos, Saco Balas Soft, Chocolate Lolo, Chocolate Supresa, Jeneve, Grapete, chicletes Ping Pong ou comeu o pastel foleado que vendia na lanchonete.” Já dona Marcelina Pereira da Silva, moradora do Cohatrac diz que tem 70 anos de idade e desde que chegou em São Luís para morar, ainda adolescente, comprava na Lusitana e que não consegue evitar, “quando vou fazer compras em qualquer supermercado digo que vou na lusitana. É minha referência até hoje, tamanha era sua grandiosidade.” Sua filha Elba Pereira Chaves assegura que “toda crianças gostava de fazer lusitana com seus pais lá, isso era um programão pra todos. Eu ia com minha mãe, meus tios e primas, era um momento em que a família se reunia.”
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